sábado, 27 de janeiro de 2018

Amargos como os frutos




Amado, por que voltas
com a morte nos olhos
e sem sandálias
como se um outro te habitasse
num tempo
para além
do tempo todo

Amado, onde perdeste tua língua de metal
a dos sinais e do provérbio
com o meu nome inscrito

 Onde deixaste a tua voz
 macia de capim e veludo
 semeada de estrelas

Amado, meu amado,
o que regressou de ti
é a tua sombra
dividida ao meio
é um antes de ti
as falas amargas

como os frutos.



Ana Paula Tavares

"Dizes-me coisas amargas como os frutos"



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Biografia : Sou reformado do Comércio & Serviços e dedico os tempos livres que, logicamente, são todos os momentos do dia e da noite,...